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Esclarecimento da Marinha e AMN - Naufrágio da embarcação Olívia Ribau con varios mariñeiros mortos

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Portugal 10 Octubre 2015
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FIGFOZ1. Na sequência das declarações vindas a público, criticando as operações de socorro após o naufrágio da embarcação de pesca Olívia Ribau, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) vem reafirmar que as decisões tomadas foram inequivocamente as mais adequadas face a todos os fatores presentes.

?2. ?A Estação salva-vidas da Figueira da Foz dispõe de duas embarcações de socorro, sendo que uma delas se encontra em período de manutenção.   3. A segunda embarcação tipo semirrígida, é a mais adequada para o cenário em causa face a sua capacidade de manobra, potência e velocidade. Esta embarcação esteve sempre disponível como foi atestado por múltiplas imagens recolhidas no local e amplamente difundidas pelos órgãos de comunicação social.   4. A AMN vem reforçar que a opção da não utilização de um meio propulsionado com hélices, numa situação de ondulação extremamente forte, junto ao molhe exterior do porto, com artes de pesca, redes e cabos na água, e ainda com visibilidade reduzida é a mais racional, lógica e tecnicamente adequada às circunstâncias. 5. Neste caso em particular, não existe relação entre as questões relacionadas com as embarcações salva-vidas e o tempo e forma de resgate efetuado.   6. A Marinha e a AMN reafirmam que após qualquer operação de socorro, é procedimento interno realizar uma avaliação com o objetivo de identificar lições aprendidas e/ou apurar possíveis responsabilidades.   • O Arrastão Olívia Ribau afundou-se à entrada do Porto da Figueira da Foz cerca das 19h10, uma vez que foi recebido um alerta às 19h13, no Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC) através do sistema satélite COSPAS-SARSAT relatando uma emergência proveniente da embarcação Olívia Ribau;

• Esta informação foi confirmada ao MRCC pelo Capitão do Porto da Figueira da Foz pelas 19h18 que assumiu de imediato as funções de coordenador da ação local;   • A partir dessa hora foram chamados à capitania os elementos da Estação Salva-Vidas e mandados aprontar os meios de salvamento disponíveis (uma embarcação salva-vidas da estação salva-vidas, uma embarcação da Polícia Marítima (PM));   • Após avaliação da situação, a operação de salvamento a realizar pela embarcação salva-vidas foi classificada como muito perigosa, em virtude de o arrastão se encontrar virado numa zona de rebentação, tendo abatido para  junto dos molhes de entrada e libertado as suas artes de pesca na água em seu redor, constituindo-se um perigo para a navegação, nomeadamente para os hélices das embarcações de salvamento;

• Às 19h26 foi solicitado o empenhamento de um meio aéreo, sendo que a Força Aérea Portuguesa ativou um EH101 da BA5, no Montijo, às 19h35;

• Às 19h28 foi enviado para o local o Navio Patrulha Oceânico (NPO) Figueira da Foz que se encontrava a uma distância de 20 milhas náuticas;

• Ponderados os riscos, e só depois de garantidas as condições mínimas de segurança, com a melhoria das condições do mar, foi acionada uma mota de água da PM , uma vez que este meio, por funcionar a turbinas e ter maior manobrabilidade, ser o único com possibilidade de se aproximar dos molhes e numa zona com redes;

• A mota de água operada por um instrutor do Instituto de Socorros a Náufragos (e simultaneamente Polícia Marítimo) conseguiu realizar a operação de salvamento dos dois tripulantes que se encontravam na balsa salva-vidas pelas 20h50, sendo de realçar que só a larga experiencia deste operador, permitiu arriscar a realização desta operação;   • O NPO informou às 20h57 que se encontrava nas imediações da posição do naufrágio, mas que não se conseguia aproximar mais, face às condições adversas do mar;

• O EH 101 da Força Aérea chegou ao local pelas 21h00, após 40 minutos de trânsito, e permaneceu na área de operações até às 22h34 sem ter avistado nenhum dos tripulantes;   • Às 21h30 foi recolhido da água um dos tripulantes, já sem vida, pela embarcação da Polícia Marítima;   • Após o reabastecimento no AM1 de Ovar, o helicóptero regressou à área de operações a partir das 23h49 tendo terminado as buscas às 01h00;   • As buscas visuais mantiveram-se durante toda a noite, tendo as equipas de Mergulhadores da Armada e de Mergulhadores Forenses da Polícia Marítima iniciado as operações a partir das 06h50, com o objetivo de aceder ao interior da embarcação;   • A partir das 07h30 são retomadas as buscas com o meio aéreo da Força Aérea e do Navio da Marinha;   • Entre as 09h05 e as 12h30 foi tentado sem sucesso uma operação de remoção da embarcação, com a requisição de um rebocador e a passagem de um cabo de reboque, através dos mergulhadores;   • Neste período foi também tentado o acesso ao interior do arrastão, para possível localização dos tripulantes desaparecidos, sendo que as redes e vários destroços das artes de pesca espalhadas na água inviabilizaram estas buscas;

• Pelas 12h55, o armador informou o Capitão de Porto que assumia a sua responsabilidade de remoção da embarcação.

?2. A AMN gostaria de realçar que nesta situação complexa (a proximidade da embarcação junto as rochas e com as artes de pesca em seu redor) as operações de salvamento foram aquelas que se consideraram as mais adequadas face a todos os fatores presentes.   3. Realça-se o facto dos tripulantes resgatados não envergarem colete salva-vidas, o que constitui por si só, na maioria das vezes, a garantia de sobrevivência numa situação de emergência no mar.   4. À semelhança do que acontece em todas as operações de busca e salvamento, no fim desta operação serão analisados todos os procedimentos e ações tomadas, com o intuito de melhoria em operações futuras e, se necessário, o apuramento de responsabilidades

7. Este procedimento será feito nesta situação como em todas as outras e não se poderá depreender por isso que existe por parte dos responsáveis, qualquer suspeita de uma qualquer conduta incorreta.   8. Mais uma vez a Marinha e a AMN lamentam as mortes ocorridas. Todos nós que fazemos do mar a nossa profissão sentimos, compreendemos e partilhamos a dor dos familiares e amigos das vítimas.   9. No entanto, reafirmamos a necessidade, de uma vez por todas, da implementação de uma cultura de segurança, que aumente as probabilidades de sucesso em emergências desta natureza. Aliás, em consonância com as campanhas de sensibilização desenvolvidas pela Marinha e a AMN junto da comunidade piscatória, como é o exemplo do programa "mar seguro" que está a ser desenvolvido em colaboração com a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.   10. Exemplos negativos da falta desta cultura e recorrentes neste tipo de acidentes no mar são:

•Não utilização de coletes pelos tripulantes em momentos de risco elevado, que diminui imenso as probabilidades de sobrevivência na água não dando tempo para que o resgate se efetue;   •Entrar numa barra condicionada por condições de mar adversas, com o material não peado (não arrumado, preso e devidamente acondicionado) provoca invariavelmente para além do aumento da instabilidade, a libertação destes materiais à volta da embarcação quando esta se vira ou afunda, impossibilitando muitas vezes a chegada do socorro por via marítima, em segurança, junto da embarcação sinistrada;

•A decisão de operar em situações limite de alto risco, em oposição a esperar melhores condições, tem sido também recorrente.{jcomments on}