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Navio "herói" da Marinha afundado há 80 anos é investigado

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Naufragios 23 Junio 2015
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No dia 29 de Fevereiro de 1936 na entrada da barra de Lisboa, junto ao Bugio, o Navio de Salvamento Patrão Lopes afundava ao tentar salvar um batelão que ao encalhar acabou por perfurar com os mastros o seu casco.

Este “pequeno” herói da Marinha aí tem permanecido ao longo dos anos, ao sabor dos movimentos das areias do cachopo sul, na memória dos frequentadores da zona, mas não dos que se dedicam ao estudo da época. Agora, quase 80 anos depois do afundamento do Patrão Lopes, no âmbito da campanha M@rbis 2015, realizada pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, em conjunto com o Centro de Investigação Naval (CINAV) da Marinha, foi dado início a um conjunto de ações para confirmar a correlação entre o destroço e o navio, que se comprovou, e avaliar as ações necessárias no futuro próximo, com vista à sua eventual classificação como património cultural subaquático.

Saiba mais sobre a fascinante história do Navio de Salvamento Patrão Lopes
No dia 4 de Agosto de 1914, em vésperas da declaração de guerra de Inglaterra à Alemanha, larga de Gibraltar o “navio de salvação” Newa, de pavilhão alemão, com ordens para seguir imediatamente para Lisboa e aí aguardar novas instruções. O navio entra no Tejo no dia seguinte, juntando-se aos restantes navios alemães e austro-húngaros que também se refugiaram na capital portuguesa com o início da Grande Guerra. No dia 23 de Fevereiro de 1916, o Newa, assim como os restantes, são requisitados pelo governo português, o que leva à entrada formal de Portugal nesse conflito.
 
À semelhança dos restantes navios, o Newa, navio com 880 toneladas, 49 metros de comprimento e construído em 1880 em Rostock, é rebatizado, tomando o nome do célebre «Patrão Lopes». De 1916 até 1936, ano em que o navio se perde, este pequeno navio, sempre ao serviço da Armada, esteve empenhado em múltiplas tarefas, em particular em ações de salvamento marítimo, utilizando os diversos meios materiais que possuía e mergulhadores da Armada que habitualmente levava a bordo. Pode-se mesmo dizer que nesses vinte anos que serviu sob bandeira portuguesa, não há situação de aflição no mar, em que o Navio de Salvamento Patrão Lopes não tivesse intervenção, fazendo jus à frase do livro de Maurício de Oliveira, publicado em 1939, sob o título “Alô Alô Patrão Lopes”, que diz que o NS Patrão Lopes era “o navio que saia quando os outros entravam…”